domingo, 9 de novembro de 2008

IX. Sem Remédio

Aqueles que me têm muito amor 
Não sabem o que sinto e o que sou... 
Não sabem que passou, um dia, a Dor 
À minha porta e, nesse dia, entrou.  

E é desde então que eu sinto este pavor, 
Este frio que anda em mim, e que gelou 
O que de bom me deu Nosso Senhor! 
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!! 
 
Sinto os passos de Dor, essa cadência 
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!  

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio, 
A mesma angústia funda, sem remédio, 
Andando atrás de mim, sem me largar!                                

 Florbela Espanca

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois...Florbela, a trovadora do verdadeiro amor. Irresistível.

Ana Coelho disse...

O que não tem remédio... remediado está :P

liliana_lourenço disse...

Eeeeeeeva!!!!

Que bom encontrar-te aqui! :) :)
Vou-te adicionar aos meus links sua doida! :)

Está tudo bem contigo?
Temos que nos encontrar uma noite destas. Eu já nem falo em encontrarmo-nos de dia porque eu enfim.. sabes como é... :)

Gostei deste teu cantinho.

Já estive a cuscar assim por alto e já te vi lá em baixo numas fotos! Sempre tão fotogénica! :)
Depois hei-de voltar com mais calma e tempo, que é aquilo que ultimamente não tenho tido.

Um beijo GRANDE e até breve! :)

**

Libertino Liberto disse...

Gosto de poesia que espelha a dor
a angustia não é um segredo,não,não é
as letras fluem a voz não consegue
negro,vil maldito para mim mesmo
mas é assim que gosto é assim que me sinto mal.
E estar mal por vezes é estar bem.

Bom poema.